No ano de 1780, no reinado de D. José, D. Julião Pereira de Castro, neveiro-mor da Casa Real, mandou edificar no cimo da Serra da Lousã, a 1.100 metros de altitude e mesmo ao lado do Trevim (ponto mais alto da Serra da Lousã), 7 poços que serviam para armazenamento e compactação de neve da serra da Lousã.

A tarefa de junção e recolha de neve era contratada à jorna às povoações vizinhas do Coentral, Povorais e Pena.

A neve recolhida no Inverno era compactada nos poços onde se transformava em gelo. Nos meses de Verão este gelo era cortado em grandes blocos que eram envoltos em palha e carregados em carros de bois que seguiam por caminhos mais ou menos sinuosos até Constância. Aí eram transferidos para barcos que os levavam até ao Terreiro do Paço, em Lisboa, onde eram vendidos para a Casa Real bem como para vários cafés, como por exemplo o Martinho da Arcada (inaugurado em 1778 com o nome de “Casa da Neve”).

Reconhecendo toda esta riqueza histórica também nós quisemos homenagear este rico passado pelo que decidimos dedicar o nome desta casa em homenagem aos neveiros que durante décadas aqui trabalharam e a todos os povos serranos que encontram no Santo António da Neve um espaço de comunhão e partilha... um verdadeiro pólo de união.